Violeta Parra, las contradicciones de una artista verdadera.

Nació el 4 de octubre de 1917 en San Carlos, provincia de Ñuble, al sur de Chile. Hija de un profesor de música y una campesina, Clarisa Sandoval Navarrete, de quien Violeta recordaba su afición a las canciones campesinas.
Trabajó en circos, bares, quintas de recreo, y pequeñas salas de barrio. En el año 1952 contrae matrimonio con Luis Cereceda, con el que tuvo a sus hijos Isabel y Ángel, con los que realizará gran parte de su trabajo musical.
Es autora de canciones, décimas, y música instrumental. También es pintora, escultora, bordadora y ceramista.
Expuso sus famosas arpilleras en el Museo del Louvre, en París.

El 5 de febrero de 1967, en Santiago de Chile, deprimida y sola, se encierra en su carpa y, al filo de las seis de la tarde, se dispara un tiro en la sien. Tenía 49 años. Al día siguiente, más de 10.000 chilenos desfilan en su entierro llorando y cantando fuerte.

Su composición Gracias a la vida ha sido traducida a todos los idiomas.

Gracias a la vida

Graças à vida que me deu tanto. 

Deu-me dois luceros que, quando os abro, 

perfeito distingo o negro do alvo, 

e no alto céu seu fundo estrellado 

e nas multidões o homem que eu amo.

Graças à vida que me deu tanto. 

Deu-me o ouvido que, em todo seu largo, 

grava noite e dia grillos e canarios; 

martelos, turbinas, ladridos, chubascos, 

e a voz tão terna de meu bem amado. 

Graças à vida que me deu tanto. 

Deu-me o som e a cartilha, 

com ele as palavras que penso e declaro: 

mãe, amigo, irmão, e luz alumbrando 

a rota do alma do que estou a amar.

Graças à vida que me deu tanto. 

Deu-me a marcha de meus pés cansados; 

com eles andei cidades e charcos, 

praias e desertos, montanhas e planos, 

e a casa tua, tua rua e teu pátio. 

Graças à vida que me deu tanto. 

Deu-me o coração que agita seu marco 

quando olho o fruto do cérebro humano; 

quando olho o bom tão longe do mau, 

quando olho o fundo de teus olhos claros.

Graças à vida que me deu tanto. 

Deu-me o riso e deu-me o pranto. 

Assim eu distingo dita de quebranto, 

os dois materiais que formam meu canto, 

e o canto de vocês que é o mesmo canto 

e o canto de todos, que é meu próprio canto. 

Graças à vida que me deu tanto. 

(1964-1965)

Del Disco Últimas Composiciones, Gracias a la Vida representa una de las mayores paradojas de la existencia humana...